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Uma Grande Locomotiva
Conferência de junho da Associação de Melhoramentos Mútuos
Assembly Hall, Praça do Templo, Salt Lake City, Utah
10 de junho de 1916
O assunto que me foi designado é “A Responsabilidade dos Líderes” — diretores de música, regentes, membros dos comitês e outros líderes. O dever e a responsabilidade andam de mãos dadas.
Não posso deixar de citar nesta manhã a parábola dos talentos que o Salvador ensinou tão maravilhosamente. A mensagem de sua parábola nos ensina que cada membro dessa grande organização tem um talento. A alguns é dado mais do que a outros, mas isso não significa que o que recebeu menos talentos não deve mostrá-los, cultivá-los e assumir a responsabilidade por eles. Não vou entrar nos detalhes dessa parábola, porque ela está no capítulo 25 de Mateus — está lá para que a leiamos, para nosso benefício — mas vou dizer: quando os homens a quem o próprio Deus deu talentos, foram levados à Sua presença, o que recebeu cinco talentos disse: “Dupliquei os talentos que me deste”. Jesus disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei”. Ele disse o mesmo para o que recebeu somente dois talentos.13 Isso é um estímulo para nós, quer sejamos chamados para a presidência, ou para outra posição qualquer, seja qual for o nosso chamado nesta grande obra, ele é tão importante quanto o maior lugar.14 Ele pode ser comparado, meus irmãos e irmãs, a uma grande locomotiva. Cada pino, cada roda, cada pequeno mecanismo tem sua função a desempenhar para manter todo o maquinário em harmonia.15 Nós ocupamos um lugar único na Igreja, e não importa onde somos chamados a servir, não importa em qual departamento, devemos fazer nossa parte de bom grado e, quando fazemos nossa parte, nossas responsabilidades e talentos serão acrescidos e conseguiremos progredir, como se espera que aconteça.
Por exemplo, quero chamar sua atenção para o regente. Em primeiro lugar, líderes, é esperado que selecionemos nossos colaboradores, como nos foi tão bem ensinado nesta manhã por nossa presidente, com sabedoria e em espírito de oração, para escolhermos aqueles que se encaixam em determinados chamados, aqueles a quem Deus abençoou com talentos específicos e, depois de selecionados, precisamos ensinar-lhes suas responsabilidades.16 Observem seu progresso ou seu fracasso, não assim: “Gostaríamos que você servisse nessa posição”, e virando as costas, falam para outra pessoa: “Fique de olho para ver se ela faz isso”. Vocês sabem que isso enfraquece nossa força e confiança, e enfraquece a confiança desse membro em particular em nós? Se uma líder sente que ela é realmente uma colaboradora e que seu chamado é importante para a associação, acredito que ela vai assumir sua responsabilidade.
Não pude deixar de pensar durante toda a conferência que nem é preciso que eu fale por cinco minutos, pois tivemos muitos exemplos sobre esse assunto em particular. A irmã Cooper, por exemplo, nos conduziu na música.17 Todos sabemos e sentimos que ela é inspirada quando nos conduz e isso inspirou nossas regentes, e quando voltarem para casa, elas sentirão que também devem assumir as responsabilidades de liderança nesse chamado em particular. Quando colocamos um membro modesto em um comitê modesto, essa posição também precisa ser magnificada, e não vamos ficar diminuídas se ocasionalmente nos voltarmos para essas líderes e dissermos: “Muito bom; você certamente fez um excelente trabalho e esperamos que faça muito mais”. Se assim procederem, penso que elas vão sentir que é um pecado trair a confiança que lhes foi depositada.18
Sinto que talvez não seja ruim que eu fale o que ouvi certa vez o presidente Woodruff dizer.19 Para mim, o presidente Wilford Woodruff foi tão perfeito quanto qualquer homem que já conheci. Ele era um homem pequeno e modesto e morava no campo com uma de suas famílias. Quando eu era criança, fui ensinada a reverenciá-lo e respeitá-lo.20 Não conheço outro homem a quem tanto me ensinaram respeitar. Quando ele presidia esta grande obra e eu estava sob sua liderança, ouvi certa vez ele dizer que fora igualmente abençoado como um humilde élder e como o presidente da Igreja.21 Isso foi um estímulo para a minha vida e com frequência falo isso na nossa organização. Não importa em qual posição você está servindo; procure pensar que, se não for para magnificar seu chamado, é melhor não ocupá-lo — de fato, não deveria haver um chamado para você se não for para magnificá-lo.
Devemos lembrar que em nossa organização, nossa força e poder são medidos pelo apoio que oferecemos como membros da Associação de Melhoramentos Mútuos. Nosso poder é somente medido nessa grande organização pela responsabilidade individual que assumimos nela e em toda a Igreja. É na responsabilidade que os membros assumem que está o poder e o progresso que a Igreja experimenta.22
Agora, minhas queridas irmãs, não sei se fortaleci sua fé sobre esse assunto e se deixei uma mensagem para vocês, mas lembrem-se que somos filhas de Deus e que devemos fazer para Ele tudo o que pudermos em Sua obra, e que não deve haver um chamado — nem mesmo um — que não mereça nossos melhores esforços; e se dermos o melhor de nós em qualquer chamado que recebermos, seremos abençoadas.
Que Deus abençoe esta obra e abençoe todo o trabalhador diligente nela envolvido, para que nossa influência possa ser sentida em toda essa Terra. Peço isso em nome de Jesus Cristo. Amém.
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Notas de rodapé
Notas de rodapé
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[1]Amelia Hansen, Censo americano de 1880, Distrito 4 de Brigham City, Box Elder Co., UT.
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[2]“Amelia H. Flygare Dies at Afton, Buried in Ogden” [Amelia H. Flygare Falece em Afton e é Enterrada em Ogden], Star Valley (WY) Independent, 26 de agosto de 1948.
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[3]“Personal Mention” [Menção Pessoal], Kindergarten Review, 8, nº 7, março de 1898, p. 483; ver também Amelia Flygare, Censo americano de 1900, Ala 4 Ogden, Weber Co., UT.
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[4]“Amelia H. Flygare Dies at Afton” [Amelia H. Flygare Falece em Afton],; “The Larger Outside Cities: Ogden” [As Maiores Cidades: Ogden], Deseret Evening News, 10 de março de 1917; Lilliebell Falck, “Lest We Forget”: Our World War Heroes [Para Que Não Esqueçamos: Nossos Heróis da Guerra Mundial], (Ogden, UT: impresso por particulares, 1927), p. 43.
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[5]“Funeral Rites Set for Mrs. Flygare” [Rituais Funerários da Sra. Flygare], Deseret News, 24 de agosto de 1948.
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[6]Amelia Flygare tornou-se a primeira presidente da Sociedade de Socorro da Ala 18 Ogden, em 1924. (Ala 18 Ogden, Estaca Mount Ogden, Relief Society Minutes and Records [Registros e Atas da Sociedade de Socorro], vol. 1, 1924–1925, 2 de setembro de 1924, pp. 11, 77, Biblioteca de História da Igreja.)
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[7]Amelia Flygare foi chamada como primeira conselheira de Bertha M. Eccles, em 8 de setembro de 1901. Em 1 de outubro de 1905, foi chamada como presidente. Ela serviu até janeiro de 1909, depois de ter sido convidada a servir como conselheira na presidência da AMM-M da Estaca Weber, em dezembro de 1908. (Ala 50 Ogden, Estaca Weber, Young Women’s Mutual Improvement Association Minute Book [Livro de Atas da Associação de Melhoramentos Mútuos das Moças], vol. 2, 1896–1904, 8 de setembro de 1901, p. 299; 1º de outubro de 1905, p. 41, Biblioteca de História da Igreja; “Officers’ Notes” [Anotações dos Líderes], Young Woman’s Journal, 20, nº 4, abril de 1909, p. 196; Ogden Fifth Ward YWMIA Minute Book [Livro de Atas da AMM-M da Ala 50 Ogden], vol. 3, 1904–1909, 12 de janeiro de 1909, p. 160.)
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[8]Amelia Flygare foi chamada como segunda conselheira de Aggie H. Stevens, em 23 de dezembro de 1908. Quando Stevens foi substituída como presidente da AMM-M da estaca por Martha B. Cooley, Amelia tornou-se primeira conselheira. Ela foi chamada como presidente em 23 de abril de 1911, sendo desobrigada em 1922. (“Officers’ Notes” [Anotações dos Líderes], p. 196; “Officers’ Notes” [Anotações dos Líderes], Young Woman’s Journal, 20, nº 11, novembro de 1909, p. 571; Weber Stake Young Women’s Mutual Improvement Association Conference Minute Book [Livro de Atas de Conferência da Associação de Melhoramentos Mútuos das Moças, Estaca Weber], vol. 5, 1904–1918, 23 de abril de 1911, p. 39, Biblioteca de História da Igreja; “M.I.A. Notes” [Anotações da AMM], Young Woman’s Journal, 33, nº 7, julho de 1922, p. 406.)
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[9](Susa Young Gates, History of the Young Ladies’ Mutual Improvement Association of the Church of Jesus Christ of Latter-Day Saints, [História da Associação de Melhoramentos Mútuos das Moças de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias] Salt Lake City: Deseret News, 1911), p. 482.
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[10]Lucy F. Stringham, presidente da AMM-M da Estaca South Davis, discursou depois de Amelia Flygare nesta reunião de treinamento, sobre a importância de ser confiável. (“Officers’ Notes: The June Conference” [Anotações dos Líderes: A Conferência de Junho], Young Woman’s Journal, 27, nº 7, julho de 1916, p. 446; ver também o capítulo 23 nesta publicação.)
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[11]Laura P. Nicholson, “Division of Responsibility” [Divisão de Responsabilidades], Young Woman’s Journal, 27, nº 7, julho de 1916, p. 444.
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[12]Young Women General Board Minutes [Atas da Junta Geral das Moças], vol. 8, 1914–1917, 10 de junho de 1916, pp. 55, 57, Biblioteca de História da Igreja; “Officers’ Notes: The June Conference” [Anotações dos Líderes: A Conferência de Junho], pp 440–449.
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[13]Ver Mateus 25:14–30.
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[14]Antes do discurso de Amelia Flygare, Laura P. Nicholson, presidente da AMM-M da Estaca Ensign, falou sobre a divisão do trabalho: “A divisão das responsabilidades no trabalho da AMM é de vital importância e um dos fatores que garantem o sucesso de qualquer associação. O trabalho é tão grande que nenhuma presidente ou presidência consegue desempenhá-lo sozinha e ser bem-sucedida. (…) Cada membro tem uma parte do trabalho para cuidar, assim, a responsabilidade é dividida e a eficiência aumentada”. (Nicholson, “Division of Responsibility” [Divisão de Responsabilidades], p. 444.)
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[15]Uma das conselheiras da presidência geral da AMM-M, Ruth May Fox, falou depois de Amelia Flygare e usou outra metáfora para ensinar o mesmo princípio: “É o espírito de colmeia que faz as coisas acontecerem. Não se vê na colmeia uma força que a comande e, no entanto, todas as abelhas e todas as pequenas comunidades de abelhas sabem exatamente o que fazer, por causa do espírito de colmeia; do mesmo modo, isso acontece em nossa Igreja e em nossas organizações, os objetivos comuns são a força que nos move. É necessário que entendamos e coloquemos em prática todo esse trabalho detalhado, mas precisamos confiar no espírito do trabalho para realizá-lo com sucesso”. (Ruth May Fox, “Enlistment Work” [Serviço de Alistamento], Young Woman’s Journal, 27, nº 7, julho de 1916, p. 446.)
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[16]Um antigo artigo de um periódico da Igreja também exaltava a importância dos regentes: “Provavelmente, não há razão para que os regentes não pensem que não têm uma missão; por que não deveriam ser designados para esse fim, ou porque, quando no exercício de sua função, eles também são verdadeiros servos e servas de Deus e de Sião e seus profetas”. (H. W. Naisbitt, “Music and Her Sister, Song” [A Música e Sua Irmã, a Canção], Contributor, 12, nº 6. Abril de 1891, p. 237.)
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[17]Mabel M. Cooper, membro da junta geral da AMM-M e diretora assistente de música, falou anteriormente na reunião sobre o livro de músicas da AMM-M publicada pela junta geral. (“Officers’ Notes: The June Conference” [Anotações dos Líderes: A Conferência de Junho], p. 441; YLMIA Song Book, Volume 1: Quartettes, Trios, Solos and Duet for Ladies’ Voices [Livro de Músicas da AMM-M, Volume 1, Quartetos, Trios, Solos e Duetos para Vozes Jovens Femininas], Salt Lake City: Associação de Melhoramentos Mútuos das Moças, 1916.)
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[18]Ruth May Fox concordou com Amelia Flygare: “Como disse a irmã Flygare sobre a garota que fez seu trabalho zelosamente, e para quem devemos dizer: ‘Você foi uma boa garota, fez bem o seu trabalho e vou lhe passar muitas outras designações’, então, vamos dizer a vocês que quanto mais e melhor vocês cumprirem suas designações, mais iremos convidá-las para o trabalho. E assim será no Reino — a maior recompensa que um santo dos últimos dias espera receber no reino de Deus é que o Senhor lhe diga: ‘Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei’. (…) Quanto mais e melhor vocês fizerem, mais serão chamadas a fazer agora e futuramente”, (Fox, “Enlistment Work” [Serviço de Alistamento], p. 447.)
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[19]Wilford Woodruff foi o quarto presidente da Igreja, de 1889 a 1898.
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[20]Amelia Flygare pode estar se referindo à época em que Woodruff passou com sua esposa plural, Sarah Elinore Brown Woodruff, na fazenda deles em Randolph, Condado de Rich, Utah. (Thomas G. Alexander, Things in Heaven and Earth: The Life and Times of Wilford Woodruff, a Mormon Prophet [Coisas no Céu e na Terra: A Vida e A Época de Wilford Woodruff, um Profeta Mórmon], Salt Lake City: Signature Books, 1991, pp. 135, 222–227.)
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[21]Wilford Woodruff, “Discourse Delivered at the Weber Stake Conference, Ogden, Monday, October 19th, 1896” [Discurso Proferido na Conferência da Estaca Weber, Ogden, Segunda-Feira, 19 de outubro de 1898], Deseret Weekly, 7 de novembro de 1896, p. 641. Antes de se tornar presidente da Igreja, Woodruff foi nomeado superintendente geral da Associação de Melhoramentos Mútuos dos Rapazes, na Conferência Geral de 6 de abril de 1880. (“Association Intelligence” [Inteligência na Associação], Contributor, 1, nº 8, maio de 1880, pp. 190–192.)
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[22]A presidente da AMM-M, Mattie Horne Tingey, abriu essa reunião com um debate sobre a responsabilidade das líderes: “Não há algo com a qual vocês precisem ser mais cuidadosas e minuciosas, e que precisem procurar o Senhor para receber sabedoria e orientação, do que na seleção das líderes de classe. (…) A influência delas sobre as moças é imensa e vocês precisam ter certeza de que são mulheres de caráter bom e forte, que amam a Deus, que o amor da AMM opera em seu coração e que tenham um amor perfeito pelas moças e o desejo de ajudá-las.” (Martha H. Tingey, “Greeting” [Saudação], Young Woman’s Journal, 27, nº 7, julho de 1916, p. 441.)